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A parte afetuosa da coisa se dá pelo fato de que dentro dos ônibus que me levam de lá para cá, costumo ter instantes de autoconhecimento pleno.
Sei lá, podem ser as paisagens, as pessoas desconhecidas, as paradas demoradas ou o fato de não ter que conversar com ninguém que me leva a aproveitar cada minuto deste passeio para dar uma revisada na minha mente, nos meus objetivos, crises existências e elaboração de deliciosas fantasias.
Ouvindo música e olhando pela janela eu me sinto ao mesmo tempo parte da sociedade e dentro de um mundo apenas meu. claro que tudo isso só é possível se o veículo tiver certas condições. Não digo ar condicionado, cadeiras com almofadas ou nada do tipo. Vento na cara sempre foi um dos meus maiores baratos (manias de pobre).
Falo sobre pequenas frescurinhas que fazem toda a diferença entre andar de ônibus e ser parte do elenco de “A morte pede carona”. E olha, são muitos detalhes mesmo:
Dando continuidade ao texto, revelo mais algumas peculiaridades que só quem anda de ônibus ou já andou alguma vez na vida, compreende. Avaliem estes outros pontos e digam-me se não tenho plena razão.
1- Ainda no quesito abominações (este em homenagem ao meu pai), não posso esquecer do povo tipicamente brasileiro: deixa tudo para em cima do cobrador. Eu como alguém de bom coração, deixo meu dinheiro o máximo de bem trocado e já guardadinho separadamente no bolso mais próximo. Mas existem umas ‘tias’, porque sempre são mulheres as mais atrapalhadas, que bem na boca da roleta querem sair catando sua passagem dentro das maiores bolsas.
Perda de tempo. Acúmulo de pessoas na porta. Esse tipo de coisa devia ser cronometrado. Não achou o vale em 20 segundos? Desce, cão!
2- Na parte de desorganização não tem como não reclamar. Sinto que existe as vezes um clima de micareta dentro do ônibus. Vários malas que unem-se no meio do carro e impedem quem quer sair ou entrar. Todomundosuperjuntinhoeassimvenceremos parece que predomina. Reforma agrária já! Nada de aglomeração na frente e vazio atrás. Vamos aprender a distribuição igualitária de corpos (aprendi isso nas aulas de geografia).
3- Felicidade excessiva também é igualmente irritante.Nos, adolescentes somos bons nisso, de ficarem na parte do fundão do veículo batucando cadernos e rindo alto como se o melhor da vida fosse compartilhar momentos dentro do ônibus e o pior, são aquelas caixinhas de som, como diria um professor meu de matematica: ouvir muisca de maloqueiro vai pra... Talvez seja, mais eu tenho minhas dúvidas.
Zoada, assovios e cantorias deveriam ficar destinadas somente para os transportes que carregam grupos de bumba meu boi ou de alunos.
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